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Weatherhaven planeja expandir negócios no Brasil
Iniciativas do governo canadense de favorecer e apoiar as relações de comércio com o Brasil são vistas pela empresa como fator impulsionador dos negócios e que espera crescer 50% nos próximos 3 anos.
São Paulo, Brasil (10 de agosto de 2011). A Weatherhaven Canada Resources, localizada em Burnaby, Canadá, uma das principais fornecedoras de sistemas de abrigos montáveis e desmontáveis do mundo, com tecnologias sustentáveis para os setores da construção civil, mineração, naval, militar e diversos setores da indústria, aplaude o pacote de iniciativas do governo canadense de favorecer relações comerciais com o Brasil, anunciado no último dia 09 em São Paulo pelo Primeiro-Ministro Stephen Harper.
“Por sermos uma companhia canadense com significativo interesse de negócios no mercado brasileiro, prezamos os esforços do nosso governo em ampliar e aprofundar a nossa relação econômica com o Brasil, a sétima maior economia mundial”, disse Ray Castelli, Diretor Executivo da Weatherhaven.
O pacote de iniciativas anunciado pelo Primeiro-Ministro Harper inclui o estabelecimento do Fórum de Diretores Executivos (CEOs), entre o Canadá e o Brasil, para contribuir para o sucesso dos elos comerciais entre os dois países, visando proporcionar uma grande plataforma para impulsionar uma parceria econômica ainda maior, além de possibilitar identificação oportunidades econômicas e mudanças de política específicas.
Além disso, vários acordos foram assinados entre o Canadá e o Brasil em áreas estratégicas, tais como as de tecnologia, de ajuda externa e de cooperação para as olimpíadas no Brasil.
“A Weatherhaven tem a honra de ter sido convidada para integrar a missão comercial do Primeiro-Ministro ao Brasil”, ressalta Castelli. “Estas iniciativas acarretarão um impacto direto nos negócios e nas oportunidades de empregos. No nosso caso, projetamos crescer 50% nos próximos 3 anos no Brasil”.
O executivo dá alguns exemplos das oportunidades de negócios: “Nas áreas de pacificação e de auxílio a desastres, um dos negócios centrais da Weatherhaven, o Canadá tem aperfeiçoado tecnologias e soluções significativas que podem favorecer o governo brasileiro, visto que o Canadá espera aumentar a sua potencialidade tanto no Brasil como no mundo.
Por exemplo, no ano passado, a Weatherhaven Brasil proporcionou acampamentos temporários para os esforços do Brasil de pacificação, logo após o terremoto no Haiti”, conta o executivo.
Com atuação de há mais de 10 anos no Brasil, a Weatherhaven vem desfrutando de um crescimento significativo no suprimento para o mercado de exploração de recursos naturais e de desenvolvimento de infraestrutura, assim como para os programas de hospitais móveis militares e civis.
“O que se concretizou no Brasil nestes dois últimos dias é exatamente o que o governo deve fazer – ajudar a abrir portas e a diminuir os empecilhos para que companhias, como a nossa, possam realizar mais negócios.
Fundada há trinta anos em Vancouver, a Weatherhaven é uma fornecedora de vanguarda de abrigos montáveis e desmontáveis, de acampamentos e de sistemas para locais remotos em todo o mundo. A companhia projeta, fabrica e instala acampamentos temporários e sistemas de abrigos portáteis para uma variedade de usos comerciais, militares, médicos e no auxílio a desastres.
Com capacidade de produção no Canadá, no Peru, na África do Sul e no Brasil, além de setores de vendas e logísticas na Europa, na Austrália e em Barbados, a companhia, que era uma dominante fornecedora interna no Canadá, se desenvolveu a ponto de fornecer sistemas de abrigos portáteis e instalações em todos os sete continentes, inclusive para mais de vinte clientes militares, assim como para implementações comerciais em mais de cinquenta países.
Brasil terá nova base na Antártida
Marinha e Instituto dos Arquitetos do Brasil anunciam concurso para a reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, incendiada há um ano.
Os prejuízos foram da irreparável perda de duas vidas humanas a toda uma memória que se transformou em cinzas. É muito triste chegar lá, lembrar de como a base era ativa e ver que boa parte dela virou escombros.”
A impressão do capitão de mar e guerra Marcelo Seabra, que conversou com a reportagem do Jornal do Commercio em Punta Arenas (Chile), sintetiza o sentimento de quem voltou à Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) neste verão.
Quase um ano depois do incêndio que destruiu 70% da estrutura da base brasileira no continente gelado e matou dois militares, aos poucos, o cenário desolador começa a abrir espaço para o esboço de uma nova residência do País na Antártida.
A Marinha e o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) lançaram ontem, no Rio de Janeiro, um concurso para selecionar o projeto arquitetônico das novas instalações da base. Uma “casa” que deve se apoiar sobre três pilares: segurança, conforto e sustentabilidade.
Os detalhes técnicos da licitação serão publicados no Diário Oficial na próxima segunda-feira (28). A partir daí, arquitetos brasileiros ou estrangeiros associados a escritórios do País terão até o dia 14 de março para inscrever suas propostas no site www.concursoestacaoantartica.iab.org.br.
“A ideia é fazer da estação uma referência, principalmente em relação aos aspectos de inovação tecnológica”, diz o presidente do IAB, Sérgio Magalhães. A energia utilizada no funcionamento da base, por exemplo, deve vir de fontes renováveis. A data de anúncio do resultado da seleção ainda não foi divulgada, mas não deve demorar.
É que a reconstrução começa em novembro, com conclusão prevista para fevereiro de 2015. Baseada em experiências de outros países com mais tradição no ambiente polar, a coordenadora para Mar e Antártica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Janice Trotte Duhá, acredita que o processo, na verdade, pode se estender até 2019.
“O Canadá está construindo uma estação no Ártico, cujo cronograma aponta para sete anos de trabalho. Não conseguiria estimar um período inferior a esse para o caso brasileiro”, explica.
Até lá, as pesquisas científicas – principal razão da presença do Brasil na Antártida – se desenvolverão em paralelo às obras. A maioria das atividades ocorre durante as chamadas Operações Antárticas (Operantar) realizadas nos meses de verão, de outubro a março, quando a temperatura chega até 5ºC e os ventos são mais amenos.
No inverno, de abril a setembro, as condições climáticas severas (até -25°) inviabilizam as saídas de campo. Hoje, o País desenvolve 19 projetos na Antártida, além de manter dois Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia dedicados aos estudos no continente: o Antártico de Preservação Ambiental (INCT-APA) e o da Criosfera (INCT da Criosfera).
Cerca de 70% das investigações não sofreram interrupções e já retomaram suas atividades em navios da Marinha, nos dois refúgios (mini-estações) localizados nas Ilhas Elefante e Nelson, na Base Antártica Câmara, cedida pela Argentina na Ilha Livingston, e no Criosfera 1, ponto avançado próximo ao Polo Sul, dentro do continente antártico.
“O percentual de prejuízo decorrente do incêndio foi inferior a 10%, porque muitos dados já haviam sido enviados para computadores e laboratórios no País”, diz Janice Duhá. Segundo a coordenadora do INCT-APA, Yocie Yoneshigue, os projetos mais afetados foram os de biociências, que se utilizam de uma expressiva quantidade de coleta de materiais.
ESTAÇÃO PROVISÓRIA
Tanto esses quanto os demais estudos que dependem da base deverão ser tocados a partir da próxima temporada 2013-2014 na própria área da Estação Comandante Ferraz, localizada na baía do Almirantado, na Ilha Rei George (ver mapa).
Lá, estão sendo montados 29 módulos emergenciais, pouco menos da metade dos 63 que a EACF possuía antes. Instalada pela empresa Weatherhaven Canada Resources, a estrutura provisória terá capacidade de acomodar cerca de 60 pessoas, contando com dormitórios, banheiros, refeitórios, cozinha, laboratórios, enfermaria e geradores, além de estações de tratamento de esgoto e área de armazenamento de resíduos.
“Serão empregadas as mais novas tecnologias resistentes ao fogo e dentro dos padrões de segurança para a operação na Antártida”, destaca o contra-almirante José Roberto Bueno Junior, diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha.
Também estarão disponíveis as estruturas isoladas do prédio principal da EACF que permaneceram intactas após o incêndio. Caso dos refúgios de emergência, dos laboratórios de meteorologia, química e estudo da alta atmosfera, da Estação Rádio de Emergência e do heliponto. Escaparam ainda do fogo tanques de combustíveis e dois módulos de captação de água doce.
Durante o inverno, 15 militares do Grupo Base da Marinha, responsáveis pela manutenção da estação e apoio às pesquisas, já permanecerão na Antártida ocupando os módulos, à espera dos cientistas no próximo verão.
A preparação do terreno da nova base envolve 76 pessoas, entre civis e militares, que trabalham no desmonte da EACF. Iniciada em novembro, a remoção da parte incendiada foi concluída no último dia 12, informa Bueno Junior, com a retirada de 800 toneladas de destroços, que voltarão ao País no mês de abril.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), todo o trabalho segue as normas estabelecidas em tratados internacionais.
“As diretrizes para a elaboração do plano de desmonte pautaram-se no princípio da precaução, considerando que todos os materiais removidos podem estar contaminados, o que sugere tratá-los como perigosos”, afirma a analista Jaqueline Madruga. A próxima etapa será a limpeza da área.
Para erguer uma estação no “estado da arte”, a verba prevista é de R$ 100 milhões. Na avaliação da comunidade científica, se for acompanhada de um aumento dos recursos para pesquisa, a nova base elevará a um patamar de vanguarda o Programa Antártico Brasileiro, que completou 31 anos este mês.